Coalizão Tarsal: O que é, sintomas e tratamentos

Guia

A coalizão tarsal é uma união anômala entre dois ossos que normalmente não estão unidos, ou seja, é uma fusão de dois ossos que geralmente formam uma articulação e movimentam entre si.

Imagem de uma coalizão tarsal calcâneo navicular

O nome coalizão tarsal se refere aos ossos do tarso, que são os ossos localizados no pé, mais especificamente na parte de trás e no meio, chamados de mediopé e retropé.

A coalizão tarsal pode ocorrer em diferentes ossos, sendo entre o tálus e o calcâneo a localização mais comum. O segundo local mais comum é entre o calcâneo e o navicular. Existem outras coalizões, uniões entre outros ossos, porém são mais raras, como a talonavicular.

Coalizão fibrocartilaginosa

A coalizão fibrocartilaginosa é uma condição na qual ocorre a fusão anormal de dois ossos adjacentes, geralmente no pé ou tornozelo. Essa fusão é caracterizada pela presença de um tecido fibrocartilaginoso que se desenvolve entre os ossos e os conecta de forma anormal.
A coalizão fibrocartilaginosa pode ser congênita, o que significa que a pessoa nasce com a condição, ou pode ser adquirida ao longo do tempo devido a lesões repetitivas ou estresse excessivo na área. A condição é mais comum em adolescentes e jovens adultos, mas pode afetar pessoas de qualquer idade.
A forma de apresentação dela é a mesa da coalizão óssea. A grande diferença é que a coalizão fibrocartilaginosa é incompleta, enquanto na óssea os ossos estão verdadeiramente fundidos.

 

A pessoa já nasce com essa doença?

A coalizão tarsal é uma falha de separação desses ossos que ocorre no período embrionário, ou seja, na formação do indivíduo ainda no útero. Esses ossos não se separam por completo, podendo ter uma união total, chamada de união óssea ou fibrocartilaginosa que é uma separação parcial.

 

imagem do embrião se formando

Quando a doença começa a se manifestar?

Apesar da pessoa já nascer com essa doença, a maioria das pessoas que apresentam os sintomas irão começar a manifestar os sintomas na adolescência ou até mesmo na idade adulta, quando essas articulações vão sendo mais exigidas, com isso a doença vai se manifestando progressivamente.

Essa doença se manifesta clinicamente em um Pé Plano, sendo a coalizão uma das causas do pé “chato”, duro e rígido, e que traz alguns sintomas que incomodam os pacientes. Sensação de pé cansado, dor na região interna do pé e rigidez são os sintomas normalmente relatados.

Sintomas

Os principais sintomas são em pés com o formato de pé “chato”, associados a dor na região interna ou externa do pé, cansaço, dificuldade para andar em terrenos irregulares e a própria utilização de calçados que sejam mais instáveis.

Imagem de um pé plano ou “chato” com uma palmilha

Diagnóstico

O diagnóstico é feito clinicamente, suspeitado pela ocorrência de um pé plano rígido e doloroso.

Os exames de imagem são solicitados para a caracterização da coalizão. As radiografias dos pés e dos tornozelos, juntamente com a tomografia e ressonância magnética, contribuem para a determinação do tamanho dessa coalizão, ajudando a decidir sobre os possíveis tratamentos.

Tratamento

O tratamento é instituído somente se o paciente tiver sintomas. Coalizões assintomáticas, identificadas por exames realizados por outras causas não precisam de tratamento.

Para os pacientes que tem sintomas, inicialmente é oferecido o tratamento conservador, sendo esse um tratamento não curativo, que ameniza os sintomas.

Na maioria das vezes esse tipo de tratamento falha, pois a coalizão é um problema anatômico, de fusão de dois ossos que não deveriam estar fundidos. Sendo assim, não há método não cirúrgico que consiga “quebrar” essa junção.

Se os primeiros tratamentos com medicação e fisioterapia não surtirem efeitos, o que acaba ocorrendo na maioria dos casos, uma opção viável é o tratamento cirúrgico, que poderá oferecer excelentes resultados e retorno da qualidade de vida dos pacientes.

Essencialmente, o que se decide na cirurgia é se a coalizão será somente ressecada, ou seja, retirada, como acontece na maioria dos casos de coalizão calcâneo navicular, ou se a articulação será artrodesada, fundida cirurgicamente. Essa é uma opção para pacientes com coalizão talocalcaneana, que envolvem mais de 50% da articulação. Quando a articulação possui mais de 50% de acometimento, uma ressecção da coalizão não conseguirá gerar bons resultados nesses pacientes, sendo a artrodese a opção mais indicada para esses casos em específico.

 

Pós operatório

O pós operatório dessa cirurgia é relativamente tranquilo, com o retorno às atividades de forma total entre 45 a 90 dias após a cirurgia.

Se tiver mais dúvidas sobre esse tema, entre em contato ou agende sua consulta.

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