O esporão é o nome leigo para uma doença que se chama fascite plantar, que é caracterizada por dor na origem da fáscia plantar, localizada na parte de baixo do calcanhar, mais especificamente em sua região mais interna. Quem sofre com esporão no pé se queixa principalmente de dor intensa nos primeiros passos durante a manhã ou após levantar-se após um grande período sentado. Portanto, o esporão no pé, apesar de frequentemente relacionado a uma protuberância óssea na origem da fáscia plantar, é na verdade uma inflamação. O que verdadeiramente dói não é o esporão no pé, o osso, o que doi é a inflamação. O osso é só uma repercussão.
O calcâneo é o osso que sustenta o peso de nosso corpo, e é o maior osso nesta região do pé (o tarso).
A formação do esporão de calcâneo é mais comum entre 50 a 55 anos de idade, e em mulheres. O esporão de calcâneo pode ocorer em dois lugares: na região inferior (embaixo) e na região posterior (atrás).
O esporão do calcâneo na parte inferior está relacionado à fascite plantar, como descrito acima. O esporão do calcaneo na prte posterior, entretanto, está relatcinado a outra doença, denominada tendinopatia insercional do tendão calcâneo.
Portanto, não se engane: esporão de calcâneo não é tudo igual, eles podem estar relacionados a doenças diferentes, com sintomas em locais diferentes.
O esporão no calcâneo é o mesmo que esporão no pé. Esses são nomes leigos, sinônimos, para indicar uma formação ósseo em um local de inserção de uma fáscia (como a fáscia plantar), ou de um tendão (como o tendão de aquiles).
Aqui nesse texto, estamos nos referindo tão somente ao esporão no pé da fascite plantar, como apontado na figura acima.
As causas para o desenvolvimento do esporão são multifatoriais e alguns fatores podem ser determinantes para o desenvolvimento dessa doença.
O esporão de Calcâneo tem cura sim! Essa é uma notícia muito boa para quem sofre com esse problema tão incômodo.
Costuma dizer para os meus pacientes com esporão de calcâneo que só não melhora da fascite plantar o paciente que não quer. Hoje existem inúmeras alternativas e modalidades de tratamento que permitem aos pacientes seguir uma vida sem dor e sem esporão no pé.
Como você verá abaixo, o esporão de calcâneo possui modalidades de tratamento sem nenhuma invasividade, como gelo e fisioterapia, com mais invasividade, como infiltrações e até mesmo cirúrgicas. O importante é para que mesmo para aquelas dores mais crônicas, existe algum tipo de solução.
O devido tratamento para o esporão de calcâneo somente deve ser indicado pelo seu médico ortopedista de confiança. (logo após um diagnóstico preciso da doença).
As medidas iniciais de tratamento incluem mudanças de calçado, perda de peso, alimentação balanceada, massagem local, compressas de gelo, órtese, alongamentos, exercícios e fisioterapia.
Costumo agrupar essas primeiras medidas portanto em 5 medidas essenciais para o esporão do calcâneo. Uma não funciona sem a outra:
É muito raro que pacientes que sigam à risca essas medidas conforme orientação médica não melhorem o esporão no pé. Essa última medida em especial, a órtese noturna, é extremamente importante, atuando especialmente sobre os primeiros sintomas da manhã.
Para os pacientes que não melhoram com as medidas iniciais, existe evidência científica consolidada de que uma infiltração direta na fáscia ou terapia por onda de choque podem ser o caminho para a resolução do problema. Ambos são procedimentos ambulatoriais, não invasivos e que evitam que muitos pacientes necessitem de cirurgia para a resolução do esporão.
Esses procedimentos podem ser escolhidos em caso de refratariedade da fascite, ou seja, quando o esporão no pé não está melhorando, ou até mesmo em um primeiro atendimento, para aqueles pacientes com sintomas muito intensos ou que desejam melhorar mais rápido. Normalmente, uma infiltração já traz excelentes resultados. Para as ondas de choque, três sessões com intervalo semanal normalmente é suficiente.
Palmilhas podem ser uma excelente alternativa para os pacientes com esporão de calcâneo que são obrigados a trabalhar com sapatos duros ou desconfortáveis. Elas acabam por salvar o pé de uma rotina intensa de trabalho que acabaria por inflamar ainda mais a fáscia plantar.
Existem vários tipos e modelos.
Os mais comuns são calcanheiras de espuma e de silicone que são muito disponíveis e tem um preço bem acessível.
Palmilhas sob medida com outros dispositivos de correção além do acolchoamento do calcanhar também podem ser úteis para pacientes com outros problemas do pé associados.
Caso o paciente seja praticante de alguma atividade física regular, é necessário que, pelo menos durante o curso do tratamento, a prática de exercício intenso seja pausada, até o fim do tratamento. (apenas as práticas que exijam muito impacto nos pés). Logo após este período, o paciente pode sim, de forma gradual, retornar a prática de suas atividades.
Somente quando todos os recursos e tratamentos médicos falados não apresentarem resultado, é que se deve realizar pensar em tratamento cirúrgico para a fascite plantar. É aplicada anestesia local ou o local-regional durante o procedimento.
De forma moderna, o tratamento cirúrgico da fascite consiste na liberação da cabeça medial do músculo gastrocnêmio, associado ou não a liberação parcial da fáscia plantar.
Essa é uma cirurgia segura, com bons resultados, e altos índices de satisfação para aqueles pacientes que não melhoraram com outros tratamentos.
Mesmo a prática de atividade física requer alguns cuidados constantes que podem te ajudar a prevenir lesões. Confira abaixo algumas práticas para evitar ao máximo a fascite plantar:
Cuidem dos seus pés, são eles que te levam cada vez mais longe!
Se tiver mais dúvidas sobre esse tema, entre em contato e tenha um atendimento personalizado com o Dr. Tiago Baumfeld, uma das maiores referências em ortopedia dos pés e tornozelo em BH.
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